sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Prepare seu negócio para exportação

Passar a exportar pode estar no planejamento de muitas empresas para o próximo ano. Expandir os negócios para o exterior faz parte do sonho de grande parte dos empreendedores. Hoje, as micro e pequenas empresas brasileiras representam cerca de 1,5% das exportações, de acordo com os dados fornecidos pelo consultor de comércio exterior do SEBRAE-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), Jaime Akila Kochi. A diferença neste tipo de negociação entre as pequenas e as grandes companhias está na participação do empresário. Nos pequenos negócios, os donos estão envolvidos em todo o processo, o que não acontece com as grandes. Mas o que é preciso para fazer parte desse quadro de organizações que exportam?

Inicialmente é preciso haver interesse pelo produto comercializado por alguém em outro país. A partir daí, a empresa nacional deve estar preparada para iniciar o processo. “As exportações podem ser feitas de algumas maneiras diferentes, variando de acordo com o volume e valor do produto”, esclarece Kochi. 

As exportações podem acontecer basicamente de três formas: direta, indireta e simplificada. A forma direta acontece quando o produto é enviado pelo produtor, sem terceirização. A indireta é quando o produtor vende uma mercadoria a um terceiro e esse é especialista no mercado e conclui a operação internacional. A simplificada, como o nome diz, é a mais simples. O processo, em compensação, impõe alguns limites: o valor máximo da mercadoria não pode ultrapassar 50 mil dólares por embarque, o peso máximo é de 30 quilos e a caixa transportadora precisa ter as dimensões máximas de 50x50x50 centímetros. Neste tipo de operação, não existem exigências burocráticas, apenas que a pessoa ou empresa que exportar possa emitir nota fiscal. 

De acordo com o professor da FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP (Universidade de São Paulo), Celso Grisi, antes de exportar é inteligente que o empreendedor conheça a fundo o mercado internacional do seu produto. “Ter o preço competitivo e saber para quem vender pode fazer a diferença para o sucesso da internacionalização”, esclarece. 

Com o interesse de alguém no exterior, o empresário deve fornecer uma cotação. Na cotação, há especificações da mercadoria, quantidade, prazo de entrega, condição de venda e outros detalhes. Começa, então, a negociação internacional. 

O mais adequado, segundo Grisi, é que a empresa tenha um assessor de exportação, pelo menos nas primeiras transações. De acordo com ele, a experiência do profissional pode ser fundamental para a negociação com um banco de confiança no exterior e a contratação adequada da logística. 

Para dar continuidade, a empresa deve ter uma habilitação junto à Receita Federal, ou seja, cadastrar-se no sistema Radar (Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros). O Radar habilita a empresa a exportar. 

Quando todos os detalhes forem fechados, o exportador prepara um documento chamado fatura proforma. “O documento é um papel timbrado da empresa com os dados negociados. Para seguir um modelo existente, basta pesquisar na Internet”, informa Kochi. 

Depois desse procedimento, ocorre o pagamento e a operação de exportação. Ao contrário do que se ouve, para exportar não é preciso que a empresa tenha um tamanho ou faturamento específicos. Habilitada no radar e com capital suficiente para o investimento é possível entrar neste tipo de operação. 

Logística

De acordo com o consultor do SEBRAE-SP, os meios de transporte mais comuns nas exportações são marítimo e aéreo. “Mas isso depende da distância e do produto exportado. Distâncias curtas podem ser feitas com um caminhão próprio, mas as mais longas e com volume grande de produto costumam utilizar aviões e navios”, esclarece. 

O mais importante é pesquisar antes de exportar. Segundo Grisi, é prudente que empresas pequenas comecem essas operações com países vizinhos e sempre assessoradas por um profissional qualificado. 

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