sábado, 24 de dezembro de 2011

Empreendedores se dão bem após passarem por dificuldades

Empreendedores que superaram as dificuldades e hoje são donos de grandes empresas mostram que, com persistência e ousadia, é possível se dar bem.

O empresário Rogimar Rios é um exemplo de força de vontade e superação. Nascido em Osasco, na Grande São Paulo, Rogimar, de 34 anos, é dono de uma franquia de móveis planejados. Ele entrou nesse mercado há 9 anos, depois de viver a pior experiência da vida dele. Rogimar é ex-detento. Foi preso em 2002, após uma tentativa de assalto a um comércio.

“Foi mais que uma fraqueza. Atingiu assim tudo que é mais importante no ser humano, ego, atingiu família, que para mim é a minha estrutura, atingiu a minha parte sentimental financeira e até física”, revela Rios.

Ele cumpriu 10 meses de pena em regime fechado e outros 8 meses em regime semiaberto. No período, começou a trabalhar no mercado moveleiro. Com apenas R$ 700 no bolso, ele propôs uma sociedade com os donos da loja em que trabalhava na época. Eles aceitaram e pediram em troca que Rios oferecesse conhecimento técnico. Assim, nascia o primeiro negócio próprio. Com o tempo, a loja aumentou e ele juntou capital para sozinho investir na franquia que tem hoje.

A loja atende a 80 clientes por mês. São feitos projetos para sala, cozinha, quarto e escritório. Os preços variam entre R$ 13 mil e R$ 25 mil. O faturamento é de R$ 1 milhão por mês. “Nós devemos fechar 2011 pelo menos com 47% em referente ao ano passado, isso nos deixa muito otimista em relação ao ano que vem”, diz o empresário.

Moda
Em uma fábrica, os sonhos de um menino viraram negócio milionário. No local são confeccionados acessórios, roupas e sapatos femininos de uma das maiores e mais badaladas grifes de moda do país no momento. Por mês, são produzidas 230 mil peças. O trabalho é feito por 2,2 mil funcionários.

Montar o próprio negócio sempre foi um sonho para o jovem de infância humilde. Marco Franzato trabalhava como bóia-fria no interior do Paraná. “Mexe comigo essa história. Mexe comigo não é de tristeza, não é nada disso, é de agradecer por tudo o que tem acontecido na empresa”, diz.

Em 2010, os números ficaram bem acima do mercado. A empresa cresceu 30% em relação a 2009. No mesmo período, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção registrou um índice de 6%.

Tamanho sucesso, segundo o empresário, é um reflexo da maneira como lida com os negócios. “A gente sabe que precisa a cada dia surpreender o mercado, fazer uma coisa diferente. Para fazer moda neste país, não é fácil”, afirma.

A grife voltada para consumidores das classes A e B está presente em mais de 3,5 mil pontos de venda no Brasil e já exporta para 12 países. Atualmente, é uma das que mais faturam no mundo da moda no país. Algo em torno de R$ 300 milhões por ano.

“O diferencial da marca é a exclusividade, os tecidos e os desenhos das peças são escolhidos por uma equipe de criação, e confeccionados nas 19 unidades fabris espalhadas pelo Paraná, e interior paulista.”

A grife é vendida em lojas próprias. Para atrair consumidores, aposta na qualidade e nas novidades. A cada dois meses, uma nova coleção chega às vitrines. “As peças são coloridas, é uma moda comercial. Mas ousada ao mesmo tempo, então tu consegue conciliar uma coisa com a outra”, diz a consumidora Rita Telles Domicis.

E para os próximos anos, Franzato está otimista. Espera manter o bom crescimento e alcançar a liderança do mercado. “O nosso objetivo é que seria a gente concluir o ano de 2020 sendo um grupo realmente número um de moda no Brasil, mas não só em faturamento, isso é claro, mas em satisfação de cliente”, revela.

Empresas individuais crescem e viram microempresas

A lei do empreendedor individual já formalizou mais de 1,6 milhão de pessoas e agora, com um faturamento maior, essas empresas individuais crescem e viram microempresas.

Em Mato Grosso do Sul, mais de 28 mil empreendedores informais já regularizaram seus negócios. É o caso de Letícia Costa de Andrade Brito, uma artesã que produz bonecos de pelúcia. Ela começou o trabalho sozinha. E um ano depois, já emprega três costureiras, duas auxiliares e viu o faturamento aumentar 800%. “Eu me sinto realizada com isso que eu faço, eu adoro, eu fiz de um hobby uma profissão”, diz Letícia.

A trajetória de Letícia Andrade foi acompanhada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desde a formalização como empreendedora individual até a transformação em microempresa.

“A gente acredita que dentro da formalização, o Sebrae está exercendo um papel de propiciar que este empreendedor cresça e possa ser uma empresa, uma empresa do Simples Nacional, uma empresa crescendo cada vez mais”, diz Tito Estanqueiro, do Sebrae.

O produto se destaca pela qualidade. A empreendedora usa o melhor tecido, os aviamentos mais resistentes. Ela fornece os produtos para duas lojas. E também faz a decoração completa de festas infantis. Cada boneco é feito com as características que o cliente pede. Mas a empresária quer desenvolver uma coleção com personagens exclusivos. Ela já está até desenhando alguns modelos, que chegam ao mercado em breve.

“Você vê urso parecido em vários lugares. E eu desenhando e montando com nome vai ser só aqui que eu vou ter a exclusividade mesmo”, diz.

Empreendedor individual é quem fatura até R$ 36 mil por ano, tem apenas um funcionário e não é sócio de outra empresa. A formalização é gratuita e pode ser feita pela internet, no endereço www.portaldoempreendedor.gov.br.

Foi o caminho adotado em Santa Catarina pela designer de bijuterias Rafaela Andrade. O atelier funciona em São José, na Grande Florianópolis. Rafaela também já ultrapassou o limite de faturamento e virou microempresa. O foco da empreendedora é criar acessórios de moda que combinem com qualquer roupa. As bijuterias de luxo são produzidas com metais banhados em ouro.

Esse par de brincos, por exemplo. Se você gostou, precisa comprar logo, porque a empresa só fabrica dez unidades de cada modelo. Daqui já saíram 4 mil produtos parecidos, mas completamente diferentes. São cinco modelos novos por semana.

“Como elas são montadas peças por peças. Só de tu modificar a ordem da montagem de cada brinco já está formando uma nova peça”, diz Rafaela.

Com a formalização, ela fez vários cursos do Sebrae. Aprendeu a planejar o negócio, melhorar as vendas, a definir o preço das bijuterias. Numa feira do empreendedor, conheceu e contratou representantes comerciais que hoje representam a marca. Os produtos já são vendidos em 100 lojas de Santa Catarina. E agora chegam à internet. “A expectativa da empresa é para o primeiro ano é um aumento de vendas de 30% e para o segundo ano, aumentar mais 25% a 30%”, diz.

Em Santa Catarina, 52 mil pessoas formalizaram seus empreendimentos individuais. E a meta do Sebrae é que eles sigam o exemplo de Rafaela Andrade e transformem o negócio numa microempresa.

“O grande objetivo do empreendedor individual, dessa nova categoria, é de incluir as pessoas, incluir o empreendedor na atividade econômica formal. E também que ele evolua, que ele cresça. Então, é natural que o empreendedor individual, a partir de um momento, ele já não se enquadre mais e ele tenha que optar por ser uma microempresa. Então, e depois uma pequena empresa. E para cada momento da vida empresarial existe uma solução adequada à necessidade de capacitação e de conhecimento gerencial desse empresário”, sugere Soraya Tonelli, do Sebrae de Florianópolis.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prepare sua empresa para 2012

Quando o fim do ano se aproxima a atenção dos empresários está voltada ao planejamento dos próximos meses. Uma das principais preocupações é com o planejamento financeiro. Se a empresa tiver obtido lucro, a meta é manter a situação e melhorar os números, mas se o negócio fechar o ano no vermelho, o mais importante é saber o que avaliar para mudar o quadro. 

Todos os aspectos da empresa devem ser analisados na hora de planejar o ano seguinte. Produtos, receita e novas tecnologias são alguns dos itens que merecem atenção para saber o que fazer com as finanças. “O melhor é fazer uma previsão de receita e gastos. O empreendedor deve partir da situação atual e trabalhar com números reais, no caso de empresas abertas, e situações previstas, para quem ainda não abriu as portas”, analisa Hermes contador da HTG Contabilidade.

De acordo com ele, para planejar financeiramente o próximo ano é preciso saber o faturamento total da empresa e deduzir informações como custos, vendas, despesas variáveis e, a partir daí, apurar o resultado: lucro ou prejuízo. “Pensar no ano seguinte é estipular metas a partir de um cenário de 2011. Se eu tive prejuízo, por exemplo, não posso manter as estratégias. Devo analisar o mercado, meus produtos e serviços e traçar um caminho diferente”, afirma. 

Para quem fechou o ano no prejuízo, a dica é pensar em novos produtos ou serviços e até em um novo mercado consumidor. Júnior também indica que é preciso pensar em produzir mais com menos gastos, ou seja, procurar aumentar o faturamento sem impactar muito as despesas. 

Saber como está o mercado é fundamental “O empreendedor precisa saber o que os clientes querem e o que eles estão dizendo. Além disso, é importante verificar como anda a concorrência, avaliando o que ela tem de novo. É preciso aprender com ela também e extrair o que for bom para melhorar produtos e serviços”, diz. 

Os fornecedores também podem revelar informações sobre o mercado e a concorrência. Mas além dessas análises, é bastante interessante que o empresário saiba quais as novas ideias tecnológicas do seu setor. “Isso vai variar muito de empresa para empresa. Mas geralmente surgem novas tecnologias que podem ser usadas para aumentar produção com menos gasto, por exemplo, e devem ser incluídas no planejamento financeiro”, avalia Hermes. 

Após estudar a concorrência, as novidades e incluir o que for necessário disso nas finanças de 2012, o dono da empresa precisa avaliar suas despesas fixas, como aluguel, impostos e comissões sobre vendas. “Ele não deve se permitir trabalhar no prejuízo. Planejar é fundamental para mudar essa situação com caráter de emergência”, informa. 

Em uma pequena empresa, o planejamento é realizado exclusivamente pelo dono, sócios ou contador. No caso de empreendimentos maiores, a assessoria de um profissional e um mecanismo de suporte à informação pode ser útil. “Independentemente do tamanho do negócio, buscar informações é essencial. A HTG Contabilidade ajudam na identificação de problemas e na busca por soluções”, afirma. 

Você já fez o planejamento financeiro para 2012 da sua empresa? Compartilhe suas experiências com a HTG Contabilidade, Visite-nos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aprenda a posicionar sua marca para atrair e fidelizar clientes

Com a chegada do final do ano, muitas empresas aproveitam a ocasião para rever metas e planejar as ações para o próximo ano. Rever o plano de negócios é tarefa fundamental. Neste período, vale checar se as ações realizadas correspondem ao que está descrito neste documento. Mas, e a marca? Ela atende à necessidade da companhia? Dialoga com seu público-alvo? Se a resposta for não, talvez seja o momento de alinhar essa identidade com o que a organização deseja.

Mesmo em pequenas e médias empresas – que muitas vezes não se preocupam com a importância da identidade – a marca é o ativo mais importante, e sua gestão correta tem papel importante no sucesso da organização, pois ajuda na conquista de novos clientes e fidelização daqueles que já trabalham com a empresa, já que as pessoas utilizam de um estímulo visual para selecionar suas escolhas. Nesse sentido, uma marca que gere impacto visual positivo e demonstre seus valores obtém vantagem competitiva.


"Hoje, oferecer apenas um produto adequado com uma estratégia de trabalho correta não é mais garantia de estabilidade dos negócios. Independente do ramo de atividade, investir na marca e criar valor para a própria identidade é essencial no atual cenário", avalia Helio Moreira, diretor da NewGrowing Design & Branding.

Colaboradores trabalhando pelo branding

Uma marca em harmonia com o conceito da empresa e a necessidade de seus consumidores é fundamental, mas o branding começa na conscientização dos colaboradores sobre o caminho que a empresa quer seguir e de que forma ela deseja ser vista pelo público, parceiros, clientes e fornecedores. A gestão de marca deve partir de dentro da empresa para conquistar o público externo.

E o processo de branding ou rebranding (redesign de marca) é válido também para empresas prestadoras de serviços. Neste caso, a marca ajuda a tangibilizar e agregar valor ao serviço prestado, independente de seu tamanho e faturamento: "Não existe negócio sem identidade. Todo micro e pequeno empresário que monta um negócio precisa criar um nome, uma marca para ser reconhecida por seu público-alvo. A maioria investe em equipamentos, estrutura, ponto comercial e não se preocupa em aparecer, mostrar sua identidade aos stakeholders", ressalta Moreira.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Governo lança guia de sobrevivência para micro e pequenas empresas

O governo federal lançou nesta quarta-feira (8) o "Guia de Sobrevivência para MPEs", resultado de uma ação conjunta do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas, do Ministério da Justiça e do Instituto Recupera Brasil.

Confira aqui a íntegra da cartilha em PDF.

O objetivo da publicação é tentar diminuir o número de empresas que fecham as portas no primeiro ano de vida, problema que atinge 27% dos novos empreendimentos no Brasil, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A cartilha traz dicas de planejamento, saúde financeira, crises e recuperação judicial.

Seis milhões de micro e pequenas empresas
A cartilha lembra que estudo do Sebrae mostra que o Brasil tem aproximadamente seis milhões de microempresas e empresas de pequeno porte e que, por este motivo, está no topo da lista de países mais empreendedores do mundo. "Este total de empresas corresponde a 97% de todas as empresas existentes no país, sendo apenas 3% do total formado por empresas médias e grandes", diz o documento.

Segundo a cartilha do governo, são as microempresas, e as empresas de pequeno porte, que movimentam a economia nacional, empregando cerca de 52% de todos os trabalhadores urbanos do país (aproximadamente 13 milhões de empregos com carteira assinada) e geram 20% do PIB brasileiro.

Organização
Segundo o guia de sobrevivência das micro e pequenas empresas lançado pelo governo, o sucesso de uma organização, de qualquer porte ou segmento, está condicionado à capacidade que ela tem de atender às necessidades dos clientes e, dessa forma, gerar resultados.

"Planejar é um processo que pessoas e organizações devem executar, de forma sistemática
e contínua, e que possibilita definir: o que vai ser feito; com que finalidade vai ser feito; de
que maneira vai ser feito; quem vai fazer; qual o prazo para ser feito; onde vai ser feito; quanto
vai custar", informa o documento.

Após planejar, acrescenta o guia, deve-se partir para o desenvolvimento das ações, iniciando-se por capacitar as pessoas a executarem os processos (o que precisa ser feito), com base em um sistema de informações que possibilite o controle dos resultados obtidos e, se necessário, a correção de rumos, em um giro constante do ciclo PDCA (planejamento, desenvolvimento, controle e atuação).

Saúde financeira
O guia diz ainda que algumas ações simples podem ajudar na condução da empresa e gerar a chamada "saúde financeira". São elas: jamais misture os valores da empresa com seus valores pessoais; negocie as margens de desconto com seus clientes e fornecedores; mantenha um fluxo de caixa, mesmo que simples; administre bem os valores recebidos pela empresa, investindo em melhorias sempre que possível; e pague as dívidas em dia, evitando os juros.

A cartilha também traz dicas sobre contabilidade e sobre o plano especial de recuperação judicial a que estas empresas têm direito, e sobre a solução de conflitos por meio da Câmara de Mediação Especializada em Processos de Recuperação de Empresas.

Exportações simplificadas poderão contar com financiamento do Proex

O Ministério do Desenvolvimento informou nesta quarta-feira (8) que as operações de exportação de bens realizadas por meio de Declaração Simplificada de Exportação (DSE) poderão se utilizar do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Essas operações, segundo o governo, são feitas sem a exigência de Registro de Exportação e estão limitadas até o valor de US$ 50 mil.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) será assinada hoje durante a 20ª Reunião Plenária do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas para viabilizar a medida de estímulo a esta categoria empresarial.

“Esta é uma solução concreta para um problema operacional que identificamos e que terá impacto positivo para os pequenos empreendedores”, disse a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Lacerda Prazeres.

Em 2010, as exportações por meio das declarações simplificadas de exportações, ainda segundo números do MDIC, somaram US$ 784 milhões e 9.171 empresas se utilizaram desta forma de venda ao mercado externo. Vale notar que o preço médio das exportações por DSE (US$ 6,8/Kg) foi 1.643% superior ao das exportações totais brasileiras no ano passado (US$ 0,39/Kg).

Proex
O governo lembrou que o Proex consiste no financiamento direto ao exportador brasileiro, que recebe o valor da exportação à vista, oferecendo ao importador prazo para o pagamento da transação. Trata-se de mecanismo para o apoio, principalmente, às exportações de micro e pequenas empresas, e contempla aquelas com faturamento bruto anual de até R$ 600 milhões. O agente financeiro do Proex é o Banco do Brasil.

Para acessar ao financiamento nos casos de DSE, os empresários terão que fazer o Registro de Crédito (RC) no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), mas não precisarão fazer o Registro de Exportação (RE), informou o governo. Caso o financiamento seja aprovado pelo Banco do Brasil, bastará aos exportadores apresentarem a cópia da DSE e os documentos relacionados ao embarque das mercadorias para que o empréstimo seja liberado, acrescentou o MDIC.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Não tivesse pisado em um chão de fábrica quando ainda era criança e tomado gosto pela tecelagem, a concorrência chinesa e a valorização da moeda brasileira, que torna a compra de produtos de outros países ainda mais atrativa, já teriam feito Cleonice fechar a pequena fábrica que mantém em Americana, no interior de São Paulo. A cidade, que concentra o maior polo da indústria têxtil do Brasil vê, em 2011, o setor - que chegou a representar mais de 80% do PIB do município décadas atrás - perder ainda mais força na economia regional.

A indústria foi o setor mais afetado pela perda de ritmo da economia no terceiro trimestre deste ano. Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (6), o setor teve contração de 0,9% no período, na comparação com o trimestre anterior – o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009, quando recuou 6,4%.
Odair e Cleonice Pistolato, donos da Cleonice Indústria Têxtil, em Americana (Foto: Anay Cury/G1)Odair e Cleonice Pistolato, donos da Cleonice Indústria Têxtil, em Americana (Foto: Anay Cury/G1)


Cleonice Pistolato, 55 anos, divide com o marido Odair a administração de uma indústria que produz tecidos de seda pura - uma das poucas em Americana – e, para conseguir manter seu negócio de pé, trabalha durante todos os dias da semana e não tem hora para ir embora.

Em 2011, com o aumento da entrada de produtos asiáticos e a redução da oferta de matéria-prima, a produção da empresa de Cleonice caiu de 10 mil para 8 mil metros por mês e a máquina mais moderna que possuía, capaz de produzir mais tecido em menos tempo, teve de ser desligada.


“A gente poderia estar produzindo bem mais. Até começamos a modernizar nossa produção, mas a importação acaba nos derrubando. A China põe muita seda no mercado. Antes, havia de quatro a cinco fornecedores de fios de seda. Hoje, por causa dessa concorrência com os chineses, só sobrou um. E o preço acabou ficando mais alto”, contou Cleonice, enquanto mostrava o funcionamento de sua fábrica, que conta com 14 máquinas elétricas de madeira fabricadas entre as décadas de 1940 e 1950 e operadas manualmente por cinco funcionários.

Os números da pequena empresa refletem a desaceleração vivida pelo setor. De acordo com o presidente do sindicato das indústrias do polo de Americana (Sinditec), Fábio Beretta Rossi, o parque fabril da região tem hoje capacidade para fabricar 200 milhões de metros de tecido por mês, mas a produção das máquinas não passa dos 130 milhões.

“Quando houve aquela crise no início dos anos 90, a gente produzia uns 120, 110 milhões de metros de tecidos por mês. Quando chegamos em 2000, essa produção ficou em torno de 80. Daí, houve modernização, em torno de sete a oito anos de crescimento ininterrupto. Em 2005, chegamos a 160 milhões de metros. E agora nós estamos a 120, 130... está voltando ao patamar dos anos 90, e a tendência é de queda para o ano que vem, se nada for feito”, disse Rossi, prevendo que a produção fique perto de 100 mil metros por mês em 2012.

No Brasil, de janeiro a setembro deste ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a produção do setor têxtil acumula queda de 16,63% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Das 28 máquinas da Pazolin, em Americana, 12 estão paradas (Foto: Anay Cury/G1)Das 28 máquinas da Pazolin, em Americana, 12 estão paradas (Foto: Anay Cury/G1)


Na indústria de tecidos para decoração Pazolin, também em Americana, a produção recuou, fazendo o proprietário Jailson de Oliveira Fagundes avaliar 2011 como um dos piores anos para o setor. “Eu trabalhei o ano todo com, praticamente, 50%, 60% da minha capacidade. Das 28 máquinas da pequena indústria de Fagundes, que tem 22 funcionários, 12 estão paradas.

No final do ano, a demanda da Pazolin costuma crescer perto de 40%, “na pior das hipóteses”, segundo o dono. Porém, considerando o desempenho dos negócios ao longo do ano, Fagundes já prevê que 2011 fechará sem qualquer crescimento. Com isso, o reforço do quadro de funcionários, que chegava a 15% do total, as horas extras de trabalho e a bonificação oferecida nessa época foram cancelados.

Ao perder mercado para os produtos de fora, em especial para os chineses, que trazem ao mercado nacional tecidos e roupas prontas a preços mais baixos, muitas empresas, mesmo reduzindo sua produção, veem seus armazéns entupidos de tanto estoque sem destino. Antonio Pilotto, dono de uma fábrica de tecidos para decorações, cortinas, capas para sofás e até malhas, disse que há pouco tempo vendia 150 mil metros por mês de gorgurinho, por exemplo. Hoje, conta que não consegue vender nem 30 mil.
"Eu trabalhei o ano todo com, praticamente, 50%, 60% da minha capacidade", disse Jailson Fagundes (Foto: Anay Cury/G1)"Eu trabalhei o ano todo com, praticamente, 50%,
60% da minha capacidade", disse Jailson
Fagundes (Foto: Anay Cury/G1)


“A indústria está vendendo em torno de seis meses por ano aquilo que seria suficiente para se sustentar. Nos outros seis anos, não consegue atingir essas vendas. Então, aquilo que se programa para você conseguir, de custo, não consegue nesses seis meses. A venda dos meses bons acaba pagando a falta de vendas nos meses ruins. Então, está muito difícil conseguir lucro.”

No galpão de sua empresa, há pilhas de tecidos coloridos, prontos, e Pilotto mal consegue passar nos corredores sem esbarrar nos rolos. “Está vendo tudo isso? São R$ 2 milhões parados. Não tenho mais onde colocar isso tudo, não tem tido saída. Se continuar desse jeito, no ano que vem, vou ter que parar de produzir”, disse.

Empregos
Demanda baixa, estoques altos e concorrência cada vez mais presente se traduzem em diminuição das contratações. A previsão do sindicato das indústrias é que o polo de Americana empregue, formalmente, 3.000 pessoas a menos em 2011, em relação a 2010, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

De janeiro a outubro deste ano, somente no município de Americana, de acordo com o Caged, a indústria de transformação acumula corte de 328 vagas e, em 12 meses, de 844. Os números mostram que os setores de serviços, seguido pelo de comércio, concentram a maioria dos postos de trabalho abertos no período.

Considerando a indústria têxtil brasileira, que também tem em Santa Catarina um forte polo, de janeiro a outubro deste ano foram geradas 18 mil vagas de emprego, enquanto no mesmo período do ano passado, ficaram perto de 80 mil. No polo de Americana, além de não contratarem mais, muitas empresas tiveram de dar férias coletivas prolongadas ou até mesmo demitir durante o ano e 2011 em todo o Brasil. De acordo com dados do sindicato dos trabalhadores da região, até novembro, foram registradas 2.016 demissões.

Michel Pelissari, 21 anos, é um desses trabalhadores que perderam emprego devido ao mau momento vivido pelo setor. Ele trabalhou durante dois anos e quatro meses em uma indústria têxtil na região de Americana e há pouco menos de um mês teve de deixar o emprego. “Foi uma surpresa, eu me dava bem com todos os chefes. A dona gostava de mim. A gente imaginava que alguém seria demitido, mas não que seria eu. A dona me chamou e, chorando, disse que teria que me demitir e pediu perdão, mas falou que poderia me recontratar em fevereiro, se as coisas melhorassem”, contou o jovem, que agora estuda para trabalhar com informática.
Antonio Pilotto tem R$ 2 milhões de tecidos em estoque na sua fábrica, em Americana (Foto: Anay Cury/G1)Antonio Pilotto tem R$ 2 milhões de tecidos em
estoque na sua fábrica, em Americana (Foto:
Anay Cury/G1)


“Não demiti porque é política da empresa não demitir em final de ano, porque a perspectiva era melhorar. Então, a gente segurou. Mas na empresa de amigos nossos mandaram pelo menos um terço do quadro de funcionários embora”, afirmou Jailson Fagundes.

O presidente do sindicato que representa as empresas, Fábio Beretta Rossi também lembrou que a alternativa de algumas empresas, a demitir funcionários, foi ampliar as férias coletivas. “Nós temos notícia de que algumas fizeram [ampliação]. Em vez de serem, tipo, dez dias de férias, deram 20 dias.

A empresa de Antonio Pilotto, por exemplo, teria condições de contratar mais 20 funcionários, além do quadro que já possui. “Se fosse olhar hoje, eu poderia ter uns 70 funcionários, mas não chegamos a 50. Tenho capacidade e maquinário, mas isso não é suficiente.” De acordo com dados da Abit, o setor têxtil emprega 1,7 milhão de pessoas - 75% desse total são mulheres – e é considerado o segundo maior empregador da indústria de transformação. Também ocupa o segundo lugar entre os maiores geradores do primeiro emprego.

O ano de 2011 ainda não fechou, mas a estimativa é de que as indústrias que integram o polo de Americana registrem queda de 10% a 15% na comparação com o ano anterior. “Esses números são de pesquisas que nós fazemos com os empresários, não falamos de valor. Umas empresas estão operando com 50% do parque, outras já estão paradas. O ano já acabou para muitas”, contou o presidente do Sinditec.

A diminuição do ritmo de crescimento do setor também tem outros motivos além dos tão falados chineses. Para Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, há outras variáveis que atravancam o avanço das indústrias têxteis. “Em princípio, o que de pior o setor enfrenta é tributação superior a de outros países emergentes, burocracia infernal, custo da logística, que é o dobro da dos EUA, taxa de juros elevada, subsídios à exportação na China e crise pela qual passa a Europa, por exemplo”.
Michel Pelissari trabalhou por mais de dois anos em uma indústria têxtil, mas foi demitido há pouco menos de um mês (Foto: Anay Cury/G1)Michel Pelissari trabalhou por mais de dois anos
em uma indústria têxtil, mas foi demitido há pouco
menos de um mês (Foto: Anay Cury/G1)
De acordo com dados da associação, de janeiro a outubro deste ano, o volume de exportações totalizou US$ 2,26 bilhões, alta de 24,40% sobre o mesmo período de 2010. Já quando se fala de importação, o crescimento foi maior, de 34%, passando de US$ 4,12 bilhões de janeiro a outubro de 2010 para US$ 5,52 bilhões no acumulado em 2011. Só da China, foram importados US$ 2,4 bilhões em 2011, contra US$ 1,75 bilhão em 2010.

O que fazer?
Diante de tantas barreiras ao crescimento do setor, que, em Americana, foi responsável por mais de 80% do PIB na década de 1990, e hoje representa 50% do PIB da região, outras alternativas encontradas por alguns empresários são cortar despesas, sem dispensar funcionários, e fazer empréstimos. Ainda que não sejam ideais, estão permitindo que as portas não sejam fechadas.

Para a Cleonice, só sobrevive no setor quem trabalha com equipe reduzida e reduz gastos dispensáveis. “Só não fechamos até agora porque trabalhamos de forma enxuta e com produto diferenciado. Se eu e o meu marido não trabalhássemos aqui, não teríamos condição de contratar mais duas pessoas e ainda ter algum lucro.”

Mesmo diferenciando a oferta dos produtos produzidos em sua indústria, Pilotto teve de fazer mais. “Prejuízo nós tivemos em 2008. Foi sério e estou pagando ele até agora. Agora, para poder tocar o barco, tivemos que entrar no banco, pagar no financiamento. Tem um que vou terminar de pagar em março, ainda de 2008. Quarenta parcelas de R$ 11 mil. Infelizmente precisamos de banco para trabalhar. Tenho R$ 200 mil de despesas fixas por ano. O mês em que eu não produzo, tenho que arrumar um jeito de pagar”, disse Pilotto.

Contra a situação enfrentada, o setor disse ter pedido ao governo que aja para impedir que a indústria têxtil perca mais espaço nos próximos anos. No último dia 25 de novembro, o ministro da Fazenda Guido Mantega, disse que o governo estudaria medidas para estimular a competitividade do setor têxtil. Na ocasião, o ministro disse que o sinal vermelho para o segmento havia sido aceso.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Americana, Luiz Carlos Martins, a desaceleração pela qual passa o setor têxtil teve menor impacto na economia de America porque , ao longo dos anos, houve diversificação das atividades na região, que deu lugar também aos setores de autopeças, de metalurgia, de tecnologia da informação e de serviços em geral. Hoje, o setor têxtil responde por um percentual que varia de 23% a 25% da economia do município.

Entenda as principais mudanças no novo Código Florestal

O novo Código Florestal, que traz um conjunto de regras sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, foi aprovado no Senado na última terça-feira (6), após mais de seis horas de discussão, por 59 votos a favor e 7 contra.

O Código havia sido aprovado na Câmara em maio e depois passou por diversas comissões do Senado antes de ser votado pelos senadores em plenário. Agora, volta para a análise da Câmara para que os deputados aprovem as mudanças.Entenda abaixo as principais mudanças do Código Florestal, de acordo com informações do projeto de lei e da Agência Senado.

Reserva Legal
É a área de mata nativa que deve ser preservada dentro da propriedade. De acordo com o texto aprovado na Câmara, a área a ser protegida na Amazônia Legal corresponde a 80% da propriedade; 35% no cerrado; e 20% em outras regiões.

O projeto aprovado no Senado permanece com as especificações citadas, mas possibilita a redução da reserva para 50% em estados com mais de 65% das suas áreas em reservas ambientais, desde que a redução seja autorizada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Áreas de Preservação Permanente (APP's)
São locais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas, que não podem ser desmatados. Atualmente, produtores devem recompor 30 metros de mata ciliar para rios com até 10 metros de largura.

O texto prevê redução para 15 metros de recuperação de mata para rios com largura de até 10 metros - a mudança foi feita na Câmara. A novidade no Senado foi a obrigação, aos proprietários com até quatro módulos fiscais - o módulo varia entre estados de 20 a 440 hectares -, de não exceder a recuperação em 20% da área da propriedade.

Para propriedades maiores que quatro módulos fiscais em margem de rios, os conselhos estaduais de meio ambiente estabelecerão as áreas minimas de matas ciliares, respeitando o limite correspondente à metade da largura do rio, observando o mínimo de 30 metros e máximo de 100 metros.

O novo texto também assegura a todas as propriedades rurais a manutenção de atividades agrossilvopastoris nas margens dos rios, desde que consolidadas até 2008, e autoriza o uso de APP's para alguns tipos de cultivos, como maçã e café. A pecuária também ficaria permitida em encostas de até 45 graus. No texto aprovado na Câmara, a atividade precisaria ser regulamentada em lei posterior.

Conversão de Multas
Produtores rurais com propriedade de até 4 módulos fiscais, autuados até julho de 2008, poderiam converter multas com reflorestamento, de acordo com o texto aprovado pela Câmara. Com a nova redação, estes benefícios passam a valer também para os grandes proprietários rurais que desmataram até julho de 2008.

Pequenos Produtores
De acordo com a Agência Senado, a pequena propriedade ou posse rural familiar poderá manter cultivos e outras atividades de baixo impacto ambiental em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reserva legal, desde que o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que as atividades sejam declaradas ao órgão ambiental. O registro da reserva legal no CAR será gratuito para as unidades rurais familiares.

O CAR estabelece prazo de um ano, prorrogável uma única vez por igual período, para que os donos de terras registrem suas propriedades nesse cadastro. O cadastro servirá para armazenar informações ambientais de todas as propriedades rurais. Essa base de dados servirá para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

Incentivos Econômicos
Houve também ampliação dos mecanismos de incentivos econômicos ao produtor rural para garantir a preservação do meio ambiente: pagamento ao agricultor que preserva matas nativas, conservar a beleza cênica natural, conservar a biodiversidade, preservar a regulação do clima, manter a Área de Preservação Permanente (APP) e de reserva legal.

O poder público terá até 180 dias, depois da publicação do novo código, para instituir programa para incentivar a preservação e a recuperação ambiental.

Arte Código Florestal atualizada 7/12 (Foto: Editoria de Arte / G1)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Passo a passo para se tornar um franqueador

Claudia Bittencourt, diretora geral do Grupo Bittencourt e Altino Cristofoletti Jr., diretor regional do interior de São Paulo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), indicam o passo a passo para se tornar um franqueador. São dez movimentos para se chegar a uma rede bem organizada e de bom rendimento. Claudia acrescenta ainda mais um, para garantir o permanente sucesso, que é a inovação constante. “Depois da rede estabelecida é preciso manter o empreendimento vivo, trazendo novidades, antecipando-se a tendências, aproveitando novos movimentos de consumo”, diz e dá uma dica: “os franqueados são as melhores fontes para estas percepções”.

1º passo: Estudo de viabilidade - quando é realizada uma avaliação detalhada que indica a possibilidade e as condições para que o negócio seja replicável. Funciona como um plano de negócios, mas totalmente direcionado à expansão. Analisa-se qual mercado está em desenvolvimento ou está saturado para o tipo de empreendimento que se pretende franquear; se a expansão é autossustentável; qual o conhecimento desta marca no mercado; se existem fornecedores locais; qual a logística necessária etc.

2º passo: Revisão de processos - é o momento de se efetuar a análise crítica do empreendimento como um todo, verificando se os processos estão formalizados e organizados; se o sistema de apoio de informática é expansível e oferece a confiabilidade necessária; se o enquadramento fiscal e contábil é compatível com a expansão; até mesmo se o nome fantasia é adequado à nova proposta (nomes muito regionalizados ou localizados, como façam referência ao bairro, por exemplo, ou que nasceram da oferta de um único produto, precisam ser reavaliados).

3º passo: Ajustes - com os dois diagnósticos traçados nos passos anteriores, é o momento de realizar os ajustes necessários, como um redesenho de logomarca, alteração de mobiliário, troca de sistemas, formalização dos processos, identificação de fornecedores nos locais previstos para expansão etc.

4º passo: Definição da expansão - encontrado os mercados potenciais para instalação das unidades franqueadas, deve-se definir como se deseja que a expansão ocorra, com qual velocidade e em que prioridade, sempre baseado na capacidade de atendimento à rede, logística e condições de suporte.

5º passo: Estruturação da operação do franqueado - é a tradução, em números, de como funcionará a franquia. Será preciso estimar quais os resultados, de acordo com cada situação, serão obtidos pelas unidades; qual o investimento inicial necessário; como deverá ser a gestão do fluxo de caixa; capital de giro necessário etc.

6º passo: Criação dos manuais e treinamentos - momento de passar para o papel tudo o que rege o empreendimento, quais padrões devem ser seguidos em termos de marca, regras de atendimento etc. E estruturar como serão treinados franqueados e equipes.

7º passo: Formulação da Circular de Oferta de Franquia e dos instrumentos jurídicos - tudo que foi planejado na estruturação da operação deve estar descrito de forma documentada, garantindo direitos e deveres das partes (veja mais sobre isso no texto da primeira parte da reportagem)

8º passo: Escolha dos franqueados - considerada pelos consultores ponto chave para o sucesso da expansão via franquia. É preciso encontrar parceiros cujos perfis sejam próximo à cultura do empreendimento. A recomendação é de que não se observe apenas a condição financeira do candidato, mas principalmente seus aspectos comportamentais. E, especialmente, que se faça um correto alinhamento de expectativas. É natural entusiasmar-se e acreditar nas boas perspectivas, porém é preciso ter a consciência de que problemas irão existir e que se a expectativa for exacerbada a decepção será muito grande e trará ruídos à parceria.

9º passo: Realização dos treinamentos - fazer a capacitação dos franqueados e de suas respectivas equipes é fundamental para a compreensão correta do funcionamento e das particularidades do empreendimento, bem como passar os fundamentos da cultura empresarial.

10º passo: Gestão da rede - o dia a dia da gestão da rede envolve o acompanhamento da performance dos franqueados, com visitas a campo todo mês ou a cada dois meses para avaliar como está a condução da unidade, se o franqueado está cumprindo com o planejado e se precisa de ajuda. A dica dos consultores é saber ouvir as percepções e demandas dos parceiros e procurar as soluções ou realizar as adaptações propostas por quem está vivendo o dia a dia das especificidades daquela unidade.

Indústria têxtil vislumbra mudanças

Especialistas do setor têxtil e de confecção acreditam que em apenas 15 anos todo o conceito de uso tradicional do vestuário será modificado e trará profundas alterações para quem atua neste mercado. O novo panorama pode ser avaliado a partir do Plano Estratégico Setorial de Têxtil e Confecção. “As mudanças são tantas que, num breve futuro, pode haver um descolamento do mercado tradicional, com novas tecnologias sendo embarcadas nas roupas. Empresas do ramo eletrônico, por exemplo, poderão ocupar espaço relevante na cadeia produtiva do setor”, prevê Caetano Glavam Ulharuzo, da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e coordenador do Plano Estratégico.

Ulharuzo explica que o estudo está baseado em um panorama que analisa seis dimensões do setor: mercado, talentos, tecnologia, investimento, infraestrutura e político-institucional. Na avaliação das tecnologias para insumos, privilegiou-se o setor de roupas e uniformes profissionais, que é sempre o primeiro a incorporar os avanços tecnológicos que depois serão utilizados nos demais, como as roupas anti-chamas para bombeiros.

As perspectivas reveladas no estudo mostram que o mercado precisa estar pronto para o futuro que se avizinha e no qual as funções das roupas irão além de proteção, conforto e estilo. Veja algumas das possibilidades tecnológicas que poderão ser adotadas pela indústria têxtil:

- liberação de medicamentos durante o uso;
- adequação térmica;
- mudança de cor ao entrar em um local mais claro - e vice-versa;
- controle dos batimentos cardíacos durante a prática de exercícios;
- armazenamento de energia elétrica natural do corpo para alimentação de baterias de tocadores digitais, celulares ou mesmo de leds para segurança de ciclistas;
- repelente de insetos;
- liberação de elementos bactericidas para diminuir o risco de infecção durante operações.

Além disso, haverá o surgimento de novos usos em outras indústrias, como a automobilística que já experimenta o uso de tecido resistente, expansivo e que se adapta a estruturas de metal para substituir a lataria tradicional.

O modo de comprar e vender também será radicalmente alterado, com amplo uso da tecnologia da informação. Compras pela internet, baseadas nos dados antropométricos do cliente, permitirão a venda customizada, direta. “O produtor poderá vender para o mundo inteiro sem precisar de uma loja física”, diz Ulharuzo, vislumbrando um alfaiate eletrônico, cuja preocupação deixará de ser manutenção de estoque e de diversidade de tamanhos e cores para o desenvolvimento da logística de atendimento individualizado e da produção sob demanda.

Desafios

Para chegar a este grau de inovação, o setor têxtil precisa enfrentar os desafios do presente. “Estamos sendo atacados por países de política exportadora por um lado e pelo outro, pressionados pela vanguarda tecnológica dos países desenvolvidos”, afirma Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil). 

Segundo ele, o primeiro problema é causado pela agressividade de países como China e Paquistão, que têm custos menores de produção e mão-de-obra. “É preciso investir fortemente em uma educação de qualidade e, ao mesmo tempo, tornar mais barata a contratação de pessoal”, defende. “Não adianta a empresa buscar competitividade se o governo suga os ganhos”.

Para Pimentel, a indústria têxtil, por seu caráter de alta dependência de mão-de-obra, é, também, geradora de renda e, por isso, precisaria de tratamento diferenciado. Reconhecendo as virtudes do modelo tributário do Simples, opção da imensa maioria das empresas do setor, o representante da ABIT alerta para o vício provocado pelo mesmo sistema. “Se a empresa crescer, vai para a seara comum e não consegue sobreviver”, afirma.

Dados do setor

No Brasil*: 

É formado essencialmente por pequenas empresas, com 90% dos estabelecimentos com até 49 empregados. Dessas, 50% empregam até três pessoas. No segmento de confecção de artigos do vestuário e acessórios, empresas com até 49 empregados representam 95% do total, sendo que 70% dessas empregam menos que dez funcionários.- Número de empresas: 30 mil
- Participação: 17,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da Indústria de Transformação e cerca de 3,5% do PIB total brasileiro
- Faturamento estimado: US$ 47 bilhões (crescimento de 4% em relação a 2007, quando registrou US$ 41,3 bilhões)- Exportações (sem fibra de algodão): US$ 1,725 bilhão, contra US$ 1,854 bilhão em 2007
- Importações (sem fibra de algodão): US$ 3,776 bilhões, contra US$ 2,883 bilhões em 2007
- Saldo da balança comercial (sem fibra de algodão): US$ 2,050 bilhões negativos, contra US$ 1,029 bilhão negativos em 2007
- Produção média de vestuário: 9,8 bilhões de peças, aumento de 4% quando comparado com 2007
- Trabalhadores: 1,65 milhão de empregados, dos quais 75% são mão-de-obra feminina
- No setor têxtil, 90% dos estabelecimentos possuem até 49 empregados, sendo que 50% desses empregam até três pessoas
- No setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios, as empresas com até 49 empregados representam 95% do total, sendo que 70% empregam menos do que dez pessoas
- 2º maior empregador da indústria de transformação
- 2º maior gerador do primeiro emprego
- Consumo anual per capita: 11 kg. A média europeia é de 25 kg e os EUA chegam aos 35 kg
- Brasil é o sexto maior produtor têxtil do mundo
- Brasil é o segundo maior produtor de denim do mundo
- Exportações mundiais de produtos têxteis e de confecção atingiram os US$ 534 bilhões em 2006
- O Brasil exportou US$ 2,3 bilhões em 2007

Fonte: ABIT (dados atualizados em 2009, referentes ao ano de 2008)

Principais exportadores de produtos têxteis e de confecção
PaísValor (em bilhões de US$) Participação (%) 
China 145,5 27,2 
Hong Kong42,58,0
Itália35,96,7
Alemanha30,55,7
Estados Unidos23,74,4
Índia
20,0
3,7
França16,73,1
Turquia16,33,0
Bélgica15,62,9
Coreia do Sul13,32,5
Fontes: Abit/ABDI

O processo sucessório nas empresas familiares

A globalização e o atual dinamismo do mundo dos negócios são apenas alguns dos inúmeros desafios que se impõem às empresas familiares brasileiras, principalmente quando considerado o pífio ciclo de vida médio de tais companhias. Nesse particular, as dificuldades vivenciadas no processo sucessório, que ainda são marcadas pela não preponderância da meritocracia e a ausência de planejamento (vale dizer, pelo improviso), justificam e permitem antever os litígios entre sócios que se acumulam nos tribunais.

A realidade existente é triste e acoberta custos e reflexos que apenas excepcionalmente são estudados em profundidade. Sob uma determinada perspectiva, porém, é inegável que nas últimas décadas inúmeros estudos foram elaborados com o intuito de revelar e compreender dados e comportamentos fundamentais, bem como de propor soluções que possam evitar o malogro do fruto do trabalho de muitos empreendedores notáveis. Os reflexos de tais iniciativas são visíveis e se espelham em diversas experiências que vão se tornando cada vez mais frequentes (práticas de governança corporativa, instituição de conselhos de família, adoção de métodos de gerência mista etc.).

Curiosamente, a relevância do fator jurídico nessa seara quase sempre fica restrita aos profissionais da área. É como se o mundo jurídico não se comunicasse com outros campos do saber. A rigor, mesmo nas exceções, raramente é identificado claramente o real propósito do operador do Direito nessas operações.

Não é de se admirar. A refinada discussão sobre o papel que os advogados empresariais desempenham no mundo corporativo, que tantos debates gerou no meio acadêmico norte-americano (inclusive à luz de noções econômicas, convém destacar), ainda é pouca explorada por aqui.

No entanto, a prevenção de conflitos entre sócios, incluindo-se os herdeiros – o que é fundamental para a perpetuação de empresas familiares – é um tema eminentemente jurídico, ainda que multidisciplinar (notadamente societário, civil e tributário). Por mais que outras ciências possam auxiliar na elucidação de questões relevantes, a efetividade dos instrumentos adotados depende substancialmente da estrutura jurídica que for concebida.

Questões como a escolha do tipo societário ou das cláusulas inseridas nos estatutos sociais, que costumam ser negligenciadas nas empresas incipientes, passam a ter claro significado nas sociedades bem-sucedidas que pretendem preservar não apenas a convivência pacífica entre os sócios, mas a própria continuidade das atividades empresariais. Acrescem-se os inúmeros recursos disponíveis, como os acordos de sócios, os testamentos, as sociedades holdings, que asseguram que a instituição de regras valiosas possa ser válida e aplicável.

Em suma, o planejamento sucessório busca antecipar possíveis problemas, o que pode implicar em um processo doloroso, na medida em que exige reflexão sobre valores e pontos cruciais da vida dos empresários. Mas certamente é um processo menos desgastante do aquele que costuma advir da postergação de tais decisões.

Dez dicas para melhoria da comunicação no trabalho

1. O melhor indicador de sucesso da comunicação é a resposta obtida. Se você não tem o retorno desejado, mude conteúdo, formato ou meio de comunicação. A responsabilidade do sucesso na comunicação é do emissor. Normalmente os grandes comunicadores são flexíveis e perceptivos sobre as necessidades das outras pessoas.

2. Direção e alta gerência devem liderar o processo de revisão dos processos de comunicação para identificar ruídos, bloqueios e distorções. O exemplo dos executivos geralmente é seguido por toda a organização. Melhorar a comunicação normalmente demanda tempo, persistência e disciplina e traz enormes ganhos de produtividade e motivação. E isso só é possível quando o exemplo vem de cima.

3. Identifique os vícios de linguagem, palavras a serem evitadas e faça uma campanha de conscientização para toda a equipe. O bom humor ajuda neste processo. Foque nos problemas e não em quem tem o problema. Valorize a melhoria da capacidade de comunicação oral e escrita. Invista em palestras e cursos na empresa e coloque a expressão verbal como item de avaliação profissional.

4. Grande parte dos ruídos e bloqueios na comunicação não está no verbal, nas palavras, e sim no não-verbal, no tom de voz, gestos, posturas corporais. Ou seja, muitas vezes o problema não é o que se fala, mas como se fala. Para eliminar problemas que não são sequer nomeados ou conscientes, é necessário criar um código interno de comunicação, uma cartilha de práticas e valores cotidianos que facilitem a comunicação.

5. Valorize todos os canais de percepção para as mensagens importantes: imagens, gráficos, cores para os visuais; conversa para os auditivos e demonstração prática para sinestésicos, que percebem pelo olfato, tato e paladar.

6. Construir a sintonia no processo de comunicação requer prestar atenção e se comunicar de maneira harmônica com o outro. Se você for flexível e deixar o outro confortável, seu poder de persuasão será maior. O grande comunicador é um bom ouvinte, observador e fundamentalmente empático - percebe o que não foi dito, mas está presente na linguagem não verbal.

7. Identifique as pessoas com quem você tem mais dificuldades de se comunicar, assim como situações nas quais sua comunicação é ineficaz e monte seu plano de gestão de relacionamentos. O importante é você assumir a iniciativa para resolver o problema. E ter a coragem de mudar a sua atitude diante do problema.

8. Um profissional bem sucedido normalmente negocia no ganha-ganha, raramente no ganha-perde - quando eu estou certo e você errado - ou no perde-ganha - você está certo e eu errado. Lembre-se que o perde-perde é para amadores! O ganha-ganha requer buscar boas soluções para todos os lados e, embora algumas vezes seja difícil e trabalhoso, essa solução resguarda as relações para o futuro. E relações duradoras com clientes e parceiros é um capital importantíssimo para qualquer profissional.

9. Reuniões e apresentações eficazes normalmente são objetivas, baseadas em informação confiável e em linguagem acessível ao público. Portanto, coloque-se no lugar de seus interlocutores e pense na melhor estratégia e conteúdo. Se você tem dúvida, discuta com alguém ou pergunte aos receptores.

10. Incentive a cultura e a rotina do feedback na sua empresa e departamento. Isso normalmente traz impacto positivo em todos os indicadores da organização. E quando se estabelece como hábito, ele se torna automático e reduz muito a quantidade de conflitos e mal entendidos na empresa.

Bom atendimento: oito mandamentos para garantir a alegria dos seus clientes

"As pessoas podem não se lembrar do que você fez ou falou, mas elas sempre se lembrarão de como se sentiram quando estiveram com você", Tony Hsieh, CEO da Zappos.

Por melhor que seja o seu produto ou serviço, o atendimento ao cliente faz parte da experiência que ele tem com a sua empresa, seja na venda, uso ou pós-venda. Caso tenha uma vivência positiva, existe grande chance de ele indicar sua empresa para outras pessoas, o famoso boca-a-boca.

O boca-a-boca é o mais poderoso meio para qualquer empresa conseguir mais clientes. Apesar da existência de inúmeros meios para atingir potenciais clientes, pessoas confiam em pessoas. Ou seja, quando alguém recomenda o seu produto ou serviço, essa pessoa transfere sua reputação pra você.

Aqui vão oito dicas pra você fazer seu cliente pular de alegria e virar um entusiasta da sua marca:

  1. Dê o exemplo - comece por uma boa cultura empresarial - Dar o exemplo é a maneira mais eficiente de transmitir como algo deve ser feito. Assim, se você não trata bem os clientes ou fornecedores com quem conversa, seus vendedores ou atendentes nunca darão um tratamento cinco estrelas. Comece de cima: crie uma cultura de bom atendimento e isso se espalhará.
  2. Escolha bem as pessoas que atendem seus clientes - Nem todas as pessoas nasceram pra atender clientes. O atendente ideal fica muito satisfeito ao ajudar pessoas a resolver problemas. Por isso, cuidado ao contratar: colocar uma pessoa errada para essa função é algo ruim para sua empresa, seu funcionário e seu cliente.
  3. Atenda bem em qualquer canal de comunicação - A partir do momento que você disponibiliza um canal de comunicação com seus clientes, faça-o bem feito. Não adianta entrar na moda das redes sociais e falar que você responde por Twitter, Orkut, Facebook ou Empreendemia se você acaba ignorando as mensagens ou demorando a responder. Seja na internet ou pelo telefone, qualquer atendimento precisa resolver o problema do cliente de maneira rápida e educada.
  4. Prometa pouco, entregue muito - Existe algo chamado modelo de Kano que diz que entregar mais do que o cliente espera gera uma satisfação MUITO maior do que entregar apenas o que ele espera. Por isso, prometa o que você tem certeza que consegue entregar e trabalhe ainda mais para surpreender seus clientes.
  5. Saiba pedir desculpas - Erros são naturais e o principal a se fazer quando algo acontecer é assumir a culpa, pedir desculpas e, principalmente, resolver o problema o mais rápido possível. Saber assumir seus erros passa credibilidade, mas isso não é desculpa pra errar sempre.
  6. Dê recomendações, não só opções - Quando o seu cliente vai até você, é porque ele precisa de ajuda na área em que você é o especialista. Por isso, não jogue simplesmente todas as opções pra ele e espere-o decidir, pois ele não tem conhecimento suficiente na área pra isso. Descubra qual é o contexto desse cliente e recomende algumas possibilidades, mostrando claramente os benefícios de cada.
  7. Seu cliente é seu melhor consultor - Traga seu cliente para perto e pergunte qual seria o melhor modo de fazer um novo produto ou prestar um serviço. Além dele se sentir valorizado, você dá atenção a quem vai comprar esse produto. Mas cuidado: como diz Bill Cosby "Não sei o segredo para o sucesso, mas o segredo para o fracasso é tentar agradar a todos".
  8. Não peça ao seu cliente o que você não faria - Esse é o ponto máximo da empatia: Se você não faria algo, por que então fazer seu cliente passar por isso? Desde um cadastro longo, até a demora no atendimento pelo telefone - coloque-se no lugar dele antes de definir esses processos.

Tipos de planejamento

Falar de planejamento é falar de algo bastante abrangente, que deve envolver toda a organização. Devido a esta abrangência, o planejamento pode ser classificado em tipos distintos, de acordo com sua utilidade. O plano pode ser de curto ou de longo prazo, pode envolver toda a empresa ou apenas uma tarefa, pode ser genérico ou detalhado.

Nível Estratégico
Em primeiro lugar, existem os planos Estratégicos, envolvem a visão global de toda a empresa, possui um conteúdo genérico e bastante sumarizado e são de longo prazo, geralmente um horizonte de 5 anos ou mais. Este tipo de plano é elaborado pela alta administração ou pelos empreendedores e proporcionam aos demais gerentes um senso de direção para o futuro da organização.

Os planos estratégicos dizem respeito à adaptação da empresa às mudanças que ocorrem no ambiente, muito mais sujeito à incertezas, o que leva as decisões a serem baseadas em julgamentos e não em dados concretos. A visão global deste plano faz com que exista uma unidade em torno de objetivos de longo prazo comuns a todas as divisões, independentemente de quão autônomas elas sejam. No geral, o plano estratégico tenta responder questões do tipo: Porque a empresa existe, o que ela faz e como faz. Leva em consideração as competências organizacionais e os desafios que pretende atingir no longo prazo. O processo de concepção do plano Estratégico dá origem e/ou valida a missão, a visão, os valores, as crenças e princípios da organização.

Nível Tático
Em seguida, vêm os planos Táticos, que envolvem os objetivos intermediários de cada unidade organizacional, seja unidade de negócios ou departamento. Estes planos são menos genéricos do que os Estratégicos, são um pouco mais detalhados, são elaborados pela gerência média e cobrem um horizonte de médio prazo, geralmente de um a dois anos. Os planos Táticos devem estabelecer uma coordenação e integração entre si e devem estar alinhados com o plano Estratégico.

Um plano Estratégico dá origem a vários planos Táticos. São planos mais especialistas, de acordo com as funções desempenhadas pela divisão ou departamento. Alguns exemplos de planos Táticos são: Produção, Marketing, Pessoal, Financeiro ou Novos Produtos. Existe ainda uma sub-classificação dos planos Táticos, chamada de Políticas. As políticas são como guias gerais de ação, reúnem orientações genéricas que levam as pessoas a tomar as melhores decisões pois definem fronteiras e limites dentro dos quais as pessoas podem estabelecer cursos de ação. Assim, existem as políticas de recrutamento de pessoal, políticas de relacionamento com clientes, políticas de segurança, entre outras.

No caso das pequenas e médias empresas, não há necessidade de elaborar planos táticos, pois elas são necessárias como uma forma intermediária de traduzir os grandes planos estratégicos em ações do nível operacional a ser descrito a seguir, como as empresas pequenas são mais simples, não há necessidade deste nível do plano.

Nível Operacional
A partir dos planos Táticos são desenvolvidos os planos Operacionais. Estes planos são bem mais objetivos, racionais e detalhados, elaborados pelos executores operacionais da empresa, abordando cada operação do departamento em separado em um horizonte de tempo de curto prazo, de um ano ou menos. São planos que se preocupam com o ‘que fazer’ e ‘como fazer’ as atividades cotidianas da organização. 

Estes planos devem estar proliferados em toda a empresa e podem estar constituídos também por sub-planos, com diferentes graus de detalhamento. No fundo, estes planos simplesmente asseguram que todos executem as tarefas e operações de acordo com os procedimentos estabelecidos pela organização, afim de que esta possa alcançar seus objetivos. 

De todos os planos operacionais que podem existir, os mais comuns são:
  1. Procedimentos: Uma seqüência de etapas ou passos que devem ser rigorosamente seguidos para a execução de um plano, elas indicam como chegar a um determinado objetivo. É importante notar que os procedimentos operacionais são diferentes das políticas do plano tático. Enquanto os procedimentos dizem exatamente o que precisa ser feito, as políticas não são tão específicos, servem apenas como guias para pensar e decidir.
  2. Orçamentos: Estes planos são relacionados com o uso do dinheiro em um determinado período de tempo. São também popularmente conhecidos por sua terminologia em inglês: Budget. Podem ser segmentados por projetos, por períodos de tempo, por atividade ou por áreas.
  3. Programas: São planos relacionados com o tempo. Distribuem as atividades que devem ser realizadas ao longo de uma linha de tempo. Os tempos podem ser determinados em função de horas, dias, semanas ou até meses. Cronogramas é outro nome popular para designar os programas.
  4. Regras: Ou regulamentos dizem respeito ao comportamento das pessoas em determinadas situações. Especificam o que as pessoas podem ou não podem fazer, diferem das políticas porque são bem mais específicos e diretos, e visam limitar o grau de liberdade das pessoas em situações que podem ser previstas com antecedência.

Como cada plano é elaborado por níveis distintos na escala organizacional, é importante que a harmonia seja mantida em todo o processo, pois cada um, dentro de sua especialidade pode não estar em consonância com os objetivos da empresa. Assim, é importante enfatizar que existe uma ordem que deve ser seguida na elaboração destes planos. Os primeiros planos devem ser sempre os Estratégicos, para que gerem os indicadores para os planos Táticos e que, por sua vez, inspiram os planos Operacionais. Fazer os planos fora desta ordem é como se ensaboar no banho antes de se molhar, ou seja, as ações perdem o sentido. Imagine alguém que planeja fazer um contato com um cliente potencial em Recife, imaginando estar alinhado com um plano de vendas que visa explorar a região, mas desconectado da estratégia empresarial que vai enfatizar a exportação dos produtos.