quinta-feira, 12 de abril de 2012

Financiamento de veículos (Saiba como usar crédito para financiar um carro)

Quanto mais novo o carro, menor a taxa de juros de financiamento: isso porque, caso o cliente deixe de pagar as parcelas, um veículo antigo terá perdido muito valor para que tomá-lo de volta seja um bom negócio para a instituição financiadora.

- Encontre o menor preço
Na avaliação do professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas, poucos financiamentos requerem tanta pesquisa quanto as linhas de crédito para a compra de um carro.

De acordo com Dana, a melhor opção é procurar as linhas disponíveis nas financeiras das próprias montadoras: mais que oferecer crédito, elas estão interessadas em “desovar” o estoque.

Além disso, segundo o economista, é preciso comparar os preços em diferentes fornecedores para saber qual é, no mercado, o menor preço para o carro pretendido. “Muitas vezes as montadoras anunciam o preço maior do carro, que já embute juros. E você tem a ilusão de que a taxa é baixa. O certo é o comprador bater um pouco de perna, pesquisar qual é o preço do carro e depois saber a taxa de juros que você está pagando em cima desse menor preço”, recomenda.

“O importante é o consumidor pesquisar em cada loja, primeiro no banco em que ele é correntista. Daí vai à concessionária, mostra todas as propostas e, depois de negociar, compra. Normalmente, a taxa para veículo zero é menor que para usado”, afirma Miguel de Oliveira, da Anefac.

- Junte dinheiro para a entrada
Já para José Dutra Vieira Sobrinho, economista do Insper, o melhor é juntar pelo menos 20% do valor do veículo como entrada e fazer o financiamento no menor prazo possível.

“Quando a pessoa compra o carro financiado ela não deve o carro, deve o empréstimo”, diz Dutra.

Opção tradicionalmente mais barata que o financiamento, aponta Dutra, é o leasing. “Quando você adquire veículo via leasing, ele não é seu, pertence à empresa de arrendamento mercantil. As taxas normalmente são menores”, avalia.

- Consórcio
Outra opção para se realizar o sonho do carro próprio é o consórcio. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Consórcios (Abac), Paulo Roberto Rossi, o modelo pode ser recomendado para quem não tem pressa de obter o bem.

“Você vai pagar um custo bem menor que o financiamento. Financiamento é para quem precisa do bem imediatamente”, afirma Rossi.

O consórcio, na prática, é um grupo de pessoas que criam um fundo comum para se financiar mutuamente. Detalhes importantes como quantas carteiras de crédito serão concedidas e quantos sorteios serão realizados são definidos no regulamento de cada grupo: por isso, diz Rossi, é preciso ficar atento às regras e participar das assembleias de cotistas.

“Tem que participar das assembleias e pagar todas as prestações, para que todos do grupo sejam beneficiados”, analisa.

Para o consultor financeiro Alexandre Lignos, da IGF, juntar dinheiro em uma poupança própria ou outro tipo de aplicação é mais vantajoso que um consórcio, porque evita a cobrança das taxas de administração.

“É melhor você juntar, fazer uma aplicação programada, do que pagar para outro fazer isso para você”, recomenda.

- Quem pode financiar um carro
“Hoje qualquer pessoa que tenha uma renda ou mínimo para conseguir pagar um comprometimento mensal pode fazer um empréstimo”, diz a superintendente de Produtos da Santander Financiamentos, Gabriela Szprinc.

Segundo a executiva, os critérios de análise de concessão de crédito – como pesquisar se o candidato tem “nome sujo” no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e Serasa – variam de acordo com a instituição e não podem ser divulgados. “Faz parte da estratégia da empresa”, afirma.

- Troca com troco
Mais uma alternativa para quem quer trocar uma dívida cara (como cheque especial ou cartão de crédito) por uma mais barata é fazer o seguinte: dar seu carro usado de entrada, retirar um novo financiado e usar o “troco” da diferença entre os dois para colocar as contas em dia.

Parece fácil e pode ser boa saída para organizar a vida financeira, com a ressalva: a “troca” só deve ser feita em caso de real necessidade.

“Se a pessoa tem um carro bom, não vai se livrar dele só para liquidar o cheque especial. Financiar um carro para pagar uma dívida pequena não compensa. Tem que avaliar”, diz Miguel Oliveira

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