segunda-feira, 16 de abril de 2012

Empresária de SP fatura com sachês e aromatizantes de ambientes

Fabricar produtos para perfumar o ambiente é uma ótima oportunidade de negócio, garante a empresária Rosana Hollo, proprietária de uma pequena empresa que produz sachês e aromatizantes em São Paulo. O negócio cresce em média 20% ao ano.

Rosana tem uma linha com 350 produtos. Eles são oferecidos em frascos tipo spray, difusores com varetas e até cápsulas efervescentes.

“Água perfumada para as roupas, água pra passar, refrescante pra lençol, mesmo saches, saches para armários, para colocar nas gavetas, nos armários de cama, mesa e banho. Tudo o que você tem você agrega. Em loja de móveis, você vende o móvel e já vende o difusor, para a pessoa por em cima do móvel da casa. Tudo o que você faz hoje, no segmento varejista, você consegue encaixar um tipo de cosmético”, afirma.

Os mais vendidos são os tradicionais sachês - trouxinhas de fibra com aroma. Elas são embaladas uma a uma em tecido com laço. A empresa produz 45 mil sachês por mês.

O segredo é a durabilidade. Após um ano de fabricação, o cheiro continua forte, diz a empresária. “Esse é o nosso segredo. É a tecnologia que nós desenvolvemos, juntamente com o manuseio diferenciado, que mantém o nosso sachê no mínimo seis meses aromatizado”, revela. “Não tem encalhe, de jeito nenhum. Pode ser mantido por até um ano, um ano e meio, sem perda da potência do aroma”, diz.

Do total, 60% da produção são da marca da própria empresa. Os 40% restantes ela fabrica para outras empresas. Segundo a empresária, é possível começar no segmento com R$ 2 mil, desde que a produção seja terceirizada. O dinheiro é para criar a marca e comprar matéria-prima.

“Na realidade, para você montar uma indústria de cosméticos hoje, demanda muita coisa. Além de muito dinheiro, muito tempo, funcionários, e tudo isso você tem que montar antes de pedir a aprovação da Anvisa. Você monta toda a sua empresa, estrutura toda a sua empresa, depois você vai obter a autorização para funcionar esta empresa. Então é muito dispendioso. Hoje, pra você ter uma linha de cosmético próprio, você não necessita fabricação, você precisa de um terceirista que fabrica para você”, diz.

A empresária aceita pedidos bem pequenos, a partir de 50 unidades. Para atender muita gente, trabalha com equipamentos pequenos, simples e práticos, como uma envasadora. A estratégia é produzir vários pedidos no mesmo dia, um seguido do outro.

E para quem vai começar, uma dica. É preciso cuidar de dois lados do produto: o conteúdo e a aparência. As vendas começam pelo visual. São as embalagens que atraem. Quase todas são transparentes, para mostrar esse jogo de cores do produto. O que a empresa garante é que não dá para economizar na aparência. Dos custos de um produto, por exemplo, 20% são só para a embalagem.

Montar kits com uma embalagem atraente é outra dica para quem está começando. A lucratividade aumenta. “No mínimo 100%. Isso pode chegar a até 250% de lucro”, diz.

Há várias essências no mercado para diversificar o produto. São usados aromas de lavanda, madeira, flores e frutas cítricas. “A essência é o corpo do produto. A nossa essência vem toda da França. É a melhor essência do mundo. É a única matéria-prima que a gente importa”, explica.
Setenta clientes terceirizam a produção com a empresária. Um deles é uma loja de roupas. Os aromas dos perfumes são escolhidos e a loja põe a própria marca no frasco. Cada um custa de R$ 20 a R$ 65. Representam 20% do faturamento. Há aromas para todos os gostos e ambientes.

“É um produto que agrega valores para a loja, a gente é uma loja de multimarcas, para ela estar bem antenada no mercado, é uma coisa que toda mulher está procurando hoje em dia”, diz a empresária Ana Silvia Barreira Margut Folini.

Uma loja de bijuteria tem uma proposta diferente. A dona, Perla Goldzac, usa os aromas para fixar a marca.

O visual da loja chama mesmo a atenção. De cima a baixo, tudo é muito bem cuidado, muito bem decorado. Só que existe outro marketing que ninguém vê, e que também ajuda e muito a vender. Todos os dias, eles espalham várias vezes um aroma especial pelo espaço. Nas paredes, nas prateleiras, nas vitrines, nos próprios produtos. É o marketing do cheiro.

Ele é espalhado com difusores e borrifadores em toda loja. E logo na entrada, fisga quem passa. “Entrei, vi que a loja é toda perfumada, um cheiro gostoso, agradável”, diz a consumidora Vivian de Souza.

Os clientes gostaram tanto que Perla colocou o aroma para venda em frascos com o nome da loja dela. Virou identidade do negócio. “Para nós, acho que isso agregou um faturamento de 10% a mais, por ano, nas nossas vendas. E eu acho bem legal, eu acho que o consumidor tem que ser tratado com muito carinho”, avalia.

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